sábado, 22 de novembro de 2008

As Sem Razões do Amor




Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.


Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.


Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.


Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor




Carlos Drummond de Andrade

3 comentários:

Unknown disse...

Lindo!

Anônimo disse...

Legal!

Mamãe!

A Space Odissey disse...

E EU, AQUI, SIMPLESMENTE,

A-M-O
V-O-C-Ê
D-E-M-A-I-S!
T-U-T-T-I!

Eu não encontraria as razões se as procurassem, ainda que elas sejam infinitas.
Te amo, Pio Bela!